02 novembro 2014

ÉBOLA III: BRUNCH AT TIFFANY'S

Depois de uma reunião relâmpago em New York sobre as implicações estéticas da Ébola, e de um rápido brunch no Tiffany, Catarina apanhou um jacto para a Serra Leoa, onde passou dez dias a retemperar-se num resort à beira-mar. Durante a estadia e segundo notícias recolhidas na imprensa cor-de-rosa Leonina, a famosa entrevistadora terá aproveitado para fazer algumas compras de artesanato local, fez uma rápida visita de cortesia a um musseque infestado de ébola; tendo-se ainda deliciado com a nova cuisine da Serra Leoa, da qual apreciou sobretudo as iguarias de fusão como o sashimi de chimpanzé com queijo flamengo.
De regresso a Portugal, a apresentadora ter-se-á sentido indisposta sobre a Mauritânia, tendo afirmado à nossa reportagem:
“No princípio até pensei que aqueles espirros e calafrios pudessem ser do ar condicionado do resort, que estava sempre no máximo. Mas depois, quando a hospedeira da Serra Leoa Airlines me informou que estava com 37 e 7 comecei a sentir-me levemente preocupada: aquilo podia ser gripe, malária, febre tifoide ou mesmo ébola!”
E continuou simpaticamente a responder à nossa troca de impressões confessando que, de imediato, telefonara do próprio avião para o 808242424, onde fora atendida por uma simpática enfermeira.
“Fiquei logo preocupada com o tom de voz dela”, confessou-nos Catarina, “e super-aterrada quando uma médica me validou como caso suspeito! Meus Deus, será que eu ia poder ser o primeiro caso português de ébola? Vejam só a responsabilidade...”
Felizmente o alarme fora falso e tudo acabou em bem! Catarina revelou ter ficado super-surpreendida com a eficiência dos serviços de saúde portugueses, de que já tinha ouvido falar no estrangeiro, mas com quem, nas escassas horas da sua epopeia, acabou por estabelecer uma relação de grande cumplicidade. A nossa socialite ficou especialmente deslumbrada com a limpeza cintilante das ambulâncias do INEM, o charme dos médicos e com a máscara da Calvin Klein – com desinfectante da Clinique – que lhe puseram mal chegou ao hospital.
“Estava tudo à minha espera, senti-me até emocionada e como se fosse um personagem do Outbreak ou assim... E o chic do azul daquelas luvas de borracha da Gaunt...”


Apesar de não ter feito análises de confirmação laboratorial – Catarina arrepia-se com agulhas e pediu para ser poupada à picada – a antiga namoradinha de Portugal foi dada como livre de perigo menos de duas hora após ter sido recebida no aeroporto da Portela, o que lhe permitiu ainda participar na conferência de imprensa organizada para a ocasião e onde quase todos os intervenientes masculinos usavam vistosas gravatas com cornucópias anti-ébola, especialmente concebidas para a circunstância por Hermès.   
"Não podia ter corrido melhor", resumiu, "até os observadores externos estavam siderados!"

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