Depois de uma reunião relâmpago em New
York sobre as implicações estéticas da Ébola, e de um rápido brunch no Tiffany, Catarina apanhou um
jacto para a Serra Leoa, onde passou dez dias a retemperar-se num resort à
beira-mar. Durante a estadia e segundo notícias recolhidas na imprensa
cor-de-rosa Leonina, a famosa entrevistadora terá aproveitado para fazer
algumas compras de artesanato local, fez uma rápida visita de cortesia a um
musseque infestado de ébola; tendo-se ainda deliciado com a nova cuisine da Serra Leoa, da qual apreciou
sobretudo as iguarias de fusão como o sashimi de chimpanzé com queijo flamengo.
De regresso a Portugal, a
apresentadora ter-se-á sentido indisposta sobre a Mauritânia, tendo afirmado à nossa
reportagem:
“No princípio até pensei que aqueles espirros
e calafrios pudessem ser do ar condicionado do resort, que estava sempre no máximo.
Mas depois, quando a hospedeira da Serra
Leoa Airlines me informou que estava com 37 e 7 comecei a sentir-me levemente
preocupada: aquilo podia ser gripe, malária, febre tifoide ou mesmo ébola!”
E continuou simpaticamente a responder
à nossa troca de impressões confessando que, de imediato, telefonara do próprio
avião para o 808242424,
onde fora atendida por uma simpática enfermeira.
“Fiquei logo preocupada com o tom de
voz dela”, confessou-nos Catarina, “e super-aterrada quando uma médica me
validou como caso suspeito! Meus Deus, será que eu ia poder ser o primeiro caso
português de ébola? Vejam só a responsabilidade...”
Felizmente o alarme fora falso e tudo
acabou em bem! Catarina revelou ter ficado super-surpreendida com a eficiência
dos serviços de saúde portugueses, de que já tinha ouvido falar no estrangeiro,
mas com quem, nas escassas horas da sua epopeia, acabou por estabelecer uma
relação de grande cumplicidade. A nossa socialite ficou especialmente
deslumbrada com a limpeza cintilante das ambulâncias do INEM, o charme dos médicos
e com a máscara da Calvin Klein – com desinfectante da Clinique – que lhe
puseram mal chegou ao hospital.
“Estava tudo à minha espera, senti-me
até emocionada e como se fosse um personagem do Outbreak ou assim... E o chic do azul daquelas luvas de borracha da Gaunt...”
Apesar de não ter feito análises de confirmação
laboratorial – Catarina arrepia-se com agulhas e pediu para ser poupada à
picada – a antiga namoradinha de Portugal foi dada como livre de perigo menos
de duas hora após ter sido recebida no aeroporto da Portela, o que lhe permitiu
ainda participar na conferência de imprensa organizada para a ocasião e onde
quase todos os intervenientes masculinos usavam vistosas gravatas com
cornucópias anti-ébola, especialmente concebidas para a circunstância por Hermès.
"Não podia ter corrido melhor", resumiu, "até os observadores externos estavam siderados!"