Ontem, no itálico prefácio da noite,
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5S4XMZIc80-hfZqLIUZIQ-6TaqOZadqeQF2VENmMH42tuMO8i7gtn2OodfiZnM677B7I25ijsET4zawKiQpWi8A95AAW_Jw2LouWl8-krJKySYn1YV-qQJ5EU4wkcVyDR74ZbbXkhtPyJ/s200/07032010.jpg)
De seu forro puído o azul-acinzentado,
Boiando afogueado, enfim se revelava,
Pousaste leve na minha tua mão esguia...
Ontem, no itálico prefácio da noite, dizia,
Uma coruja branca voou por sobre a estrada
Calada, macia e, talvez estremunhada
P’los laivos púrpura e ciscos de gaivota
Irradiantes num descartavelmente belo
Arranha-céus de nuvens-em-castelo.
Ontem, no itálico prefácio da noite,
Pousaste com ternura e teus dedos iam
Sobre uma de minhas mãos que conduziam.
“Por onde vamos?”, perguntei
“Tanto me dá, não sei se sei...”
Liguei os faróis, comuniquei “ok”
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgyPAr2k9ofyI0M49teN7y4qEvtAVwKov1DHsuyXU3nJREmkT7Rw5xLa0FAreIvBvdReXMjgn455rdTeF4QlfSZGH538bHwwWeYuxAAc56CosX9Pe06ah1RKLFNcKyZU1GQrZQ9P2uE3S3N/s200/08112008(003).jpg)
Fui guiando pela noite que caía.
Fotografias de © Pedro Serrano. De cima para baixo: Kamakura (Japão), 2006; Caldas da Rainha, 2010; Porto, 2008.
Retrato irrepreensível do incontornável desejo de percorrer caminhos misteriosos (e proíbidos), do prazer (e do medo) de ir além do indizível.
ResponderEliminar