01 setembro 2021

ENTRA MOSCA OU SAI ASNEIRA

Eduardo Cabrita (também conhecido pelo Terror-das-Autoestradas) esteve por aí numa reunião internacional sobre o Afeganistão e os refugiados que aquilo vai gerar. Era vê-lo entre os seus comparsas europeus, olhando muito em volta, com aquele tique algo paranoico, que também usa a nível caseiro, de que, a qualquer momento, pode surgir alguém ou alguma coisa que o pode vir prejudicar...

Finalmente falou aos jornalistas do alto da sua sabedoria e da sua medalha de bronze em direitos humanos (perdeu a de ouro por um triz, derivado àquela chatice do ucraniano no aeroporto e a de prata graças ao raio do cantoneiro). Falou e começou por atrapalhar um pouco a língua no arrevesado nome do país em causa, pronunciando o, o..., o Afe-ga-fanistão, mas após o plissando lá nos informou que Portugal acolherá refugiados, muitos, centenas deles; que há critérios bem gizados e ponderados para o fazer e que daremos prioridade a... "a mulheres..., activistas dos direitos humanos, e.... mulheres-juízas." Isto é, mais ou menos toda a gente, supõe-se, pois até um taliban que só dê tiros para o ar pode ser considerado um activista dos direitos humanos ao desperdiçar uma bala, sobretudo se for mulher. Mas o que mais me contentou e deliciou foi aquilo das "mulheres-juízas", pelos vistos uma categoria profissional e de género que abunda lá no Afega-fa-nistão. Porra, que até as senhoras americanas do Me Two se devem estar a lamber de inveja com tanta mulher bem colocada! Venham elas, muitas, que a Boa-Hora, a Relação, o DCIAP e Caxias têm lugar para quantas magistradas lhe couberem, que o Ivo Rosa já não dá conta de tanto caso prescrito e mal-fundamentado.

Entretanto, a GNR (que depende deste Cabrita defensor dos direitos humanos), foi enviada a casa do cantoneiro atropelado pelo automóvel do Ministro, a indagar, junto da viúva, se o homem bebia uns copos a mais e se era cauteloso no seu dia a dia. Esta intrusão, este abuso, esta má-fé, parecem não contrariar as convicções humanitárias de Cabrita. 

Já se vai dando como garantido que, por cá, reina a impunidade dos poderosos e que, para eles, toda a culpa morre solteira, mas assistir, repetidamente, a isso dentro do próprio Governo, ainda impressiona alguns. 

Mas, como um grande batráquio à vontade no seu nenúfar privado, Cabrita continua a coaxar no charco, satisfeito, pois de cada vez que abre a boca entra uma mosca apetitosa e crocante.

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