Antigamente
poderá ter sido um forno de cozer pão e o terreno onde se encontrava terá sido
expropriado à casa, por trás do muro, para ali passar a rua que leva à praia.
Nessa
manhã de Agosto estavam sentadas à sua borda duas miúdas dos seus treze,
catorze anos, com o ar de profundo tédio que caracteriza os adolescentes.
Quando
passava, uma delas, numa pronúncia nitidamente nortenha, berrou para uma senhora
de cabelo branco que, no lado de lá do passeio, se atarefava, na companhia de
uma outra mulher, a fechar um automóvel acabado de estacionar.
“Como
é, avó? Despachem-se, estão para aí há uma eternidade...”
A
interpelada olhou a neta, talvez surpreendida com tal urgência em dia de
férias e passeio; questionou:
“Já
vamos... E onde é que vocês querem ir agora?”
“Sei
lá!”, exclamou a neta, profundamente indignada com a pergunta.
A velha senhora riu-se; foi o melhor que podia ter feito.
A velha senhora riu-se; foi o melhor que podia ter feito.
© Fotografia de Pedro Serrano, Praia da Areia Branca, Agosto 2015.
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