Deixa que conte tudo enquanto ainda o lembro
Como se pintou em dourado aquele Setembro
E a maresia apaladou de sal a névoa da manhã
Seria Maio? Não, recordo a cesta com romãs.
Deixa que conte tudo enquanto ainda o lembro
O tostado amarelo das castanhas em Dezembro
As impressões digitais sarrafuscadas a carvão,
As linhas da tua palma na palma da minha mão.
(Sossega, em tenor te canto, em verso te acudo)
A memória esfarela-se como as pegadas n’areia
Como o sangue, além, vai parar de correr na veia.
Deixa que conte tudo enquanto... quanto, canto
Antes que a minha memória imploda
E tudo isto, que é sal e água, se foda
© Fotografias de Pedro Serrano: (1) Porto, 2011; (2) Porto, 2010.
Adorei !!!!
ResponderEliminar@ Eduarda, Obrigado pelo comentário; também gosto deste!
Eliminar