24 julho 2010

TOMA LÁ UM SONETO

© Fotografia de Pedro Serrano, Porto 2001.
Uma tarde, cismava eu a sesta,
De palácio vagamente à beira-mar
Pousou-me convite para uma festa
Traje de passeio, programa amar.


Agradeci cortês a tanta simpatia
Lamentei, sincero, não estar presente
Mas “você bem sabe como a maresia
É senhoria para me pôr doente...”


Pois saiba, birra deste carcomido peito
Que no seu reumatismo já não é quem era
Tolheu-se na graça, é orgão com defeito.


Diapositivo encravado de velho devaneio,
O batimento apressado e tépido da quimera 
Não se alberga, como outrora, no seu seio.





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