27 maio 2012

DOMINGO À TARDE



© Foto: Pedro Serrano, Lisboa, Abril 2012.
Sem alarde
No Domingo à tarde
Uma caspa lenta 
Abateu-se na cidade
Fê-la perder velocidade.
Paralisou cada momento
Num bocejo entediado
Como se fosse feriado
Dia dos namorados
Ou outra efeméride
De bandeira desfraldada,
Portadas entremeadas,
Pálpebras semicerradas,
Semáforos cristalizados.
No caminho para o estádio
Acenam os arrumadores
Para um lugar na sarjeta
Apequenam-se os condutores
Apreensivos com a gorjeta.


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