Da esquerda para a direita: Chanel, loura e tesoura.
Mas, para mim, o mais curioso de tudo isto é que todas essas beldades louras usaram arma branca para perpetrar a profanação dos adereços: basicamente tesouras, geralmente de trazer por casa, embora uma delas fosse tesoura da poda, um utensílio podendo já ser considerado como "arma pesada". A nenhuma lhe apeteceu a ideia, igualmente patriótica, de usar uma kalashnikov, de arremessar a bolsa de um sétimo andar, de a incendiar com gasolina ou gás natural ou, até de descer à rua e engastar a carteira sob as lagartas de um tanque russo, sendo certo que, nos dias que correm, esta última estratégia fosse mais complicada de pôr em prática uma vez que os tanques andam todos a ocidente, nas lamas da Ucrânia.
De cima para baixo: Carmo Afonso e mâscara comunitária. |
Mas, sobretudo com esta crónica de Afonso de que vos falo, ficou estabelecido para mim que a loura advogada é acérrima defensora do direito ao contraditório, dos pontos de vista complementares e, apesar de o seu coração bater todo à esquerda, concede até que Zelenskii venha falar à Assembleia, desde que se lhe "exija que não seja acompanhado por combatentes de extrema-direita". Aqui, confesso, fiquei confuso com o raciocínio da senhora: Zelenski, sempre que fala a parlamentos ou equivalente, costuma aparecer sozinho e concentra tudo quanto tem a dizer na sua imagem. A quem estaria ela, afinal, a referir-se? Ou seria somente para arredondar a dialética? Por outro lado, imaginando que o presidente ucraniano tencionasse vir falar-nos rodeado de combatentes da extrema-direita, como se iria precaver que o homem não fizesse tal? Enviar-lhe, previamente, um questionário, como fez a Ursula von der Leyen para a entrada da Ucrânia na UE? Uma coisa em que houvesse quadradinhos para ele por uma cruzinha suástica/não suástica? Espero que a cronista do Público, que quando nos estende as mãos é apenas para desvendar ocultas rosas, esclareça todas estas dúvidas, para que gajos politicamente pouco ilustrados (como eu) não corram o risco, mesmo que por trôpega inconsciência, de esborrachar mais um pardal ou pisar uma outra flor de alfarroba.
Da esquerda para a direita: Silvestre e Piu-Piu. |
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