23 outubro 2011

MEA CULPA, MEA CULPA

Agora que Muamar Kadafi levou, literalmente, um tiro nos cornos, erguem-se piedosas vozes institucionais clamando por um rigoroso inquérito que determine se o tipo morreu do tiro na cabeça ou antes de um tiro no abdómen, quem o poderá ter matado e outras trivialidades inúteis do género e do costume. 
Pessoalmente falando, acho que a morte do homem foi perfeitamente justa e harmónica tendo em conta o passado que lhe conhecemos: Kadafi morreu como um rato, tentando esconder-se num tubo de esgoto e quem o matou foi alguém que não quis perder uma tão grande oportunidade.
A exposição, um pedaço de carne a que se tira fotografias como um souvenir, não é um espectáculo muito composto, mas convenhamos que, ao menos, ele não sente nada e o mesmo não pode ser dito dos milhares a quem torturou e matou.
Assim sendo, não gastemos cera com tão ruim defunto e deixemos os líbios venderem o seu petróleo em paz.


© Fotografia: Pedro Serrano, Lisboa, Julho 2011.

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