Em nenhuma das últimas
fotografias que por ali bati
Se vê o estranho em que me tornei
Para aquela casa onde vivi.
Ao ranger da ferrugem
Que empena o portão
Melros surpreendidos
voaram esbaforidos
Para longe do chão de
gavinhas farejantes,
atrevidas,
Descidas do seu poiso habitual.
“Não é mais que natural,”
Diz o antigo jardineiro,
Agachado num canteiro
Arrancando às mãos cheias
Ervas nobres e plebeias.
Rememorando quem se debruçava nelas
Apontei a lente da máquina às janelas
Talvez pudesse reter aqueles instantes...
“Mas, vindo eu aí uma vez por semana,
Isto voltava a ficar tudo como dantes...”
© Fotografias de Pedro Serrano, 2010; de cima para baixo: (1) Porto; (2) S. Tomé e Príncipe; (3) Porto.
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